sexta-feira, 18 de junho de 2010

Diagnóstico das Infecções Bacterianas do Sistema Urinário

A urocultura é exame laboratorial, onde se realiza o cultivo na amostra urinária, para verificar a presença microbiana na urina, uretra e nos rins. Para que o resultado seja considerado positivo é necessário o isolamento de 100.000 colônias de microorganismos por 1ml de urina, para com efetividade forma constatar à infecção do Trato Urinário.

O sedimento de urina é obtido através de uma amostra corretamente coletada, uma ferramenta fundamental para a interpretação da urocultura. Contudo, a sensibilidade e a especificidade dependem de certos fatores, como o tipo de amostra, o tempo de retenção, o sexo e a idade do paciente, bem como a presença de outras patologias. Condições como, uma gota do centrifugado de 10 mL da amostra contém mais de nove leucócitos por campo em aumento de 400 vezes, determina um sedimento de urina anormal.

O exame de ser interpretado de forma padronizada para evitar erros. Assim, todas as amostras de urina ao serem encaminhadas ao laboratório de microbiologia devem ser examinadas imediatamente, ou colocadas em geladeira até poderem ser examinadas.

Dessa forma serão seguidos os seguintes procedimentos:

Se não houver pedido de E.A.S., deve-se, após a semeadura, centrifugar cerca de 10 mL de urina e examinar o sedimento para observação de leucócitos e células bacterianas;

Exame do esfregaço de uma gota de urina (não centrifugada) corada pelo método de Gram deve ser feito.

Duas ou mais células bacterianas por campo de imersão em óleo geralmente indicam a presença de infecção.

A presença de um ou mais leucócitos por campo de imersão é uma indicação a mais de ITU. Amostras de urina não infectadas evidenciarão normalmente nenhuma ou poucas bactérias ou leucócitos por lâmina.


Em amostras de mulheres a presença de muitas células escamosas epiteliais, misturadas ou não a bactérias, é forte evidência de que a amostra está contaminada com microbiota vaginal e é necessário colher outra, a despeito do número de bactérias por campo.

Na rotina realiza a semeadura sob Uso de uma alça calibrada (de platina, níquel-cromo ou plástica) de 1 μL (0,001 mL) para inoculação na placa com meio sólido, preferencialmente através do método de “esteira” . Posteriormente a placa é incubada durante 18-24 horas e o número de colônias é contado. Este número é multiplicado por 1.000 para converter a unidade microlitro em mililitro. O valor obtido indica o número de colônias por mililitro de urina. Várias combinações de meios de cultura são recomendadas. Dentre estas, são algumas sugestões, como : Ágar CLED (ou Brolacin) 60mm (placas de vidro ou plástico) ou Ágar CLED (ou Brolacin) 60mm + Ágar Sangue 60mm (placas de vidro ou plástico).

A interpretação deve ser feita juntamente com outros dados importantes do paciente, como: idade, sexo, presença de sintomas clínicos, presença de fatores predisponentes, infecções urinárias anteriores e medicação atual ou prévia (principalmente antibióticos). Geralmente, utiliza-se as seguintes referências:
Acima de 100.000 UFC/mL = indício de infecção
De 10.000 a 90.000 UFC/mL = suspeita de infecção
De zero a 9.000 UFC/mL = sem significado clínico

É importante considerar as individualidades para colônias positivas e negativas, um ou mais patógenos e a presenças de leucócitos. Além disso, é indispensável uma coleta de material correto, com especificação de todos os procedimentos para os pacientes, principalmente, sobre a assepsia, urinas coletadas por punção suprapúbica e urinas coletadas por jato médio. De acordo com a realização correta dos procedimentos pré - analiticos, as fases analíticas e pós - analíticas serão efetuadas com sucesso.

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