sexta-feira, 18 de junho de 2010

Intoxicação Alimentar Estafilocócica

Uma das principais causas de gastrenterite, conceito aplicado a doenças que causam inflamação na mucosa gástrica e intestinal, é a intoxicação alimentar estafilocócica, uma intoxicação causada pela ingesta de uma enterotoxina produzida por Staphylococcus aureus, presente em alimentos. É uma doença de curso rápido e não muito grave. Estafilococos são resistentes aos estresses ambientais e a alta ao calor. Sua resistência ao ressecamento e radiação auxilia-os a sobreviver nas superfícies cutâneas e a resistência a pressão osmóticas elevadas auxilia-os a crescer em alimentos.
S. aureus habita a microbiota normal do corpo humano, freqüentemente as passagens nasais, a partir das quais contamina as mãos; fato este que facilita a essa bactéria penetrar nos alimentos. Se forem deixadas no alimento, estas bactérias reproduzem-se e liberam enterotoxinas, que leva a surtos de intoxicação estafilocócica. Quaisquer alimentos preparados com antecedência e não-mantidos sob refrigeração, principalmente aqueles que requerem muita manipulação durante a preparação, são uma fonte potencial de contaminação; como exemplos destes alimentos têm-se os pudins, tortas de creme, presunto e produtos originados de aves.
S. aureus produz várias toxinas que lesam os tecidos ou aumentam a virulência do microrganismo. A produção da toxina do tipo sorológico A, que é a responsável pela maioria dos casos de intoxicação, é relacionada com a produção de uma enzima que coagula o plasma. Essas bactérias são coagulase-positivas. A toxina em si é termoestável e pode sobreviver a até 30 minutos de fervura. Logo, quando a toxina é formada, não será destruída quando o alimento for reaquecido, embora as bactérias já estejam mortas.
A toxina ativa rapidamente o centro reflexo do vômito no cérebro; cólicas abdominais e diarréia geralmente vêm a seguir. Estes sintomas, que têm curta duração, variam com o grau de susceptibilidade do indivíduo, com a concentração da enterotoxina no alimento e a quantidade ingerida. Essa reação é de caráter imunológico e a recuperação normalmente estará completa dentro de 24 horas. O período de incubação da doença pode variar de 30 minutos até 8 horas, porém, na maioria dos casos, os sintomas aparecem entre 2 a 4 horas após a ingestão do alimento contaminado.


Diagnóstico Coprocultura

A Coprocultura se define basicamente pela análise microscópica do material fecal, realizada através pela cultura das fezes, realizando dessa forma o diagnóstico das infecções intestinais. As fezes são coletadas no início da diarréia e encaminhadas ao laboratório. A Coprocultura deve ser acompanhada com um exame bacterioscópio de esfregaço de fezes corado pelo Gram.

O material fecal deve ser coletado antes do uso de antimicrobianos orais ou sistêmicos, já que estes alteram possivelmente os resultados.

As fezes devem ser semeadas em meios apropriados para o isolamento, utilizando os meios MacConckey, Ágar Salmonella-Shigella (SS), Ágar de Cefsulodina-irgasan-novobiocina (CIN), Ágar Tiossulfato-citrato-bile-sacarose (TCBS), Ágar Entérico Hektoen, Ágar Eosina Azul de Metileno e Ágar Base Campylobacter Karmali.

Referências Bibliográficas

TRABULSI, R. L.; ALTERTHUM, F. Microbiologia. 5° Ed. São Paulo: Atheneu, 2008.

TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE C. L. Microbiologia. 8 ed. Porto Alegre : Artmed, 2005.

LACERDA, Rúbia A. and EGRY, Emiko Yoshikawa. As infecções hospitalares e sua relação com o desenvolvimento da assistência hospitalar: reflexões para análise de suas práticas atuais de controle. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 1997, vol.5, n.4, pp. 13-23. ISSN 0104-1169.

http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_37_04/rbac3704_10.pdf

SILVA, C. H. P. M. Protocolos de Microbiologia Clínica: Urucultura. 88 ed. Vitória- Es : NewsLab , 2008.

MENEZES, E. A. et al. Freqüência de Microrganismos Causadores de Infecções Urinárias Hospitalares em Pacientes do Hospital Geral de Fortaleza. 4 ed. Ceará : RBAC, 2005.

Um comentário:

  1. Na minha casa tem 5 pessoas com sintomas de infecção urinaria, são 3 homens e 2 mulheres. Os sintomas são dor na bexiga, ardencia ao urinar e dor lombar. Existe outro tipo de contaminante, como água ou alimento? Agradeço a atenção!

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